Eu estava realmente curioso para saber quais eram os 40 vídeos que estavam no meu orkut, afinal, eu não pus tantos assim. Saí olhando um a um e citando-os mentalmente "Bom... uhum, esse é legal também... divertido... hehehe, sacanagem" e assim por diante, até que cheguei à última página de vídeos. Adivinha? Ao invés de uma página contendo os vídeos de 36 a 40, era uma página de 16 a 20. Superfaturamento? Caixa 2 de vídeos? Será que o Orkut declara imposto frio e precisa de números diferentes? Será que eles precisam atingir alguma meta governamental educacional e só duplicam o número para convencer o povo de que há mais vídeos para a campanha? Seja lá como for, foi curioso. Mas esse assunto ignóbil que provém das patranhas alheias me traz devolta ao reduto do inimaginável, aquele famoso lugar onde tudo é possível, onde você encontra todos os tipos de pessoas, de todas as classes. Lá onde você experimenta as emoções mais incomuns com freqüência notável, sonha com a compra de um carro, dá graças a Deus quando sai e, mesmo assim, volta no dia seguinte. Duas vezes. Sim, estou falando do Interbairros II, a grande máquina de transporte, o vulgo verdão.
Dentro desse ônibus você sempre pensa estar preparado para qualquer coisa, mas sempre se surpreende por uma série de motivos: ele passa em frente ao Centro Politécnico, ou seja, recolhe os alunos de Física (isso fala por si só) e passa por cantos dos mais variados da cidade, desde o Cabral até o Capão Raso. E era lá que eu estava quando outra pitoresca me aconteceu...
A bordo do ônibus havia uma série de pessoas, entre elas Martynetz (meu nobre camarada físico), Daniel (aquele da pilha) e eu (eu mesmo), o trio que se entretem por muitas vezes em conversas das mais relevantes como, por exemplo, o formato dos processadores da década de setenta e etc. E estávamos em uma bela conversa sobre clocks e bitrates quando eu, perceptivo que sou, passei a observar o ambiente: o ônibus estava parado e as pessoas discutiam. Teria alguém lançado a semente da discórdia dentro de tão venerável ambiente? Passei a observar atentamente a conversação alheia até que, sublime em meus sentidos e capacidade de dedução, anunciei com o garbo condizente à força representada pelo fato ocorrido ao nosso redor: "Cara, o ônibus foi assaltado!".
Sim, entrou um homem com uma arma à cintura acompanhado de outro que tinha uma língua à boca e falava. Ao que tudo indica, ele se dirigiu aos passageiros da frente e interlocutou no sentido de que eles deveriam "entregar tudo que tinham ou tomavam bala". Também se comunicou com o motorista, solicitando uma parada no próximo ponto para que ele e seu companheiro descessem. Enfim, tudo muito rápido.
Os físicos falavam a respeito de assaltos agora. O ônibus falava sobre assaltos e o motorista falava ao telefone sobre assaltos para a polícia. "é necessário aguardar para fazer o Boletim de Ocorrência" disse o cobrador, ao passo que o rapaz ao meu lado dizia "Tá, como não me roubaram nada, eu vou descer e esperar o próximo ônibus. Pensava eu sobre o egoísmo das pessoas, alguns foram roubados, outros estava preocupados em chegar logo em casa para descansar. Absurdo. À chegada do próximo ônibus, corria eu para a porta.
Curioso não era o fato de o ônibus seguinte ficar cheio das pessoas que 'sobreviveram' ao assalto (deixando os assaltados, o motorista e o cobrador sozinhos), mas sim as conversas ouvidas no caminho. Tão interessantes que voltamos a falar sobre os processadores. Eu tinha pensado em algum ensinamento bonito acompanhado de uma lição de moral pra tirar dessa história, mas eu esqueci. Nesse caso, fica só a história mesmo.
Dentro desse ônibus você sempre pensa estar preparado para qualquer coisa, mas sempre se surpreende por uma série de motivos: ele passa em frente ao Centro Politécnico, ou seja, recolhe os alunos de Física (isso fala por si só) e passa por cantos dos mais variados da cidade, desde o Cabral até o Capão Raso. E era lá que eu estava quando outra pitoresca me aconteceu...
A bordo do ônibus havia uma série de pessoas, entre elas Martynetz (meu nobre camarada físico), Daniel (aquele da pilha) e eu (eu mesmo), o trio que se entretem por muitas vezes em conversas das mais relevantes como, por exemplo, o formato dos processadores da década de setenta e etc. E estávamos em uma bela conversa sobre clocks e bitrates quando eu, perceptivo que sou, passei a observar o ambiente: o ônibus estava parado e as pessoas discutiam. Teria alguém lançado a semente da discórdia dentro de tão venerável ambiente? Passei a observar atentamente a conversação alheia até que, sublime em meus sentidos e capacidade de dedução, anunciei com o garbo condizente à força representada pelo fato ocorrido ao nosso redor: "Cara, o ônibus foi assaltado!".
Sim, entrou um homem com uma arma à cintura acompanhado de outro que tinha uma língua à boca e falava. Ao que tudo indica, ele se dirigiu aos passageiros da frente e interlocutou no sentido de que eles deveriam "entregar tudo que tinham ou tomavam bala". Também se comunicou com o motorista, solicitando uma parada no próximo ponto para que ele e seu companheiro descessem. Enfim, tudo muito rápido.
Os físicos falavam a respeito de assaltos agora. O ônibus falava sobre assaltos e o motorista falava ao telefone sobre assaltos para a polícia. "é necessário aguardar para fazer o Boletim de Ocorrência" disse o cobrador, ao passo que o rapaz ao meu lado dizia "Tá, como não me roubaram nada, eu vou descer e esperar o próximo ônibus. Pensava eu sobre o egoísmo das pessoas, alguns foram roubados, outros estava preocupados em chegar logo em casa para descansar. Absurdo. À chegada do próximo ônibus, corria eu para a porta.
Curioso não era o fato de o ônibus seguinte ficar cheio das pessoas que 'sobreviveram' ao assalto (deixando os assaltados, o motorista e o cobrador sozinhos), mas sim as conversas ouvidas no caminho. Tão interessantes que voltamos a falar sobre os processadores. Eu tinha pensado em algum ensinamento bonito acompanhado de uma lição de moral pra tirar dessa história, mas eu esqueci. Nesse caso, fica só a história mesmo.
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